sexta-feira, 28 de maio de 2010
Devaneios
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Um dia como todos (?)

sexta-feira, 21 de maio de 2010
Arte Pura
...e quando a gente anda pela cidade com os olhos de ver, olhe só com o que se pode deparar!
Num dos inúmeros muros da Avenida Rebouças – uma importante via de ligação entre o centro da cidade e bairros como o Butantã, Bonfiglioli, Rio Pequeno, a cidade de Osasco, e caminho para o sul do país – encontrei o que chamo de arte a todos (detalhe).
No grafitti, a bailarina sai do trapézio, do palco, da parede do Museu e ganha a rua para alegria dos passantes ou dos que parados no trânsito que é verdadeiramente intenso no local, ou no ponto de ônibus bem em frente... E nestas circunstâncias todos podem viajar na criatividade dos artistas anônimos.
Ainda bem que transgridem ordens dos donos do lugar!
Imagem: Leda Lucas
Texto: Leda Lucas
Ciranda da bailarina
Compositor(es): Chico Buarque
Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem...
Letra: www.vagalume.com.br
Vídeo: YouTube
A BAILARINA
Cecília Meireles
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
Cecília Benevides de Carvalho Meireles (RJ 1901 – RJ 1964) poeta brasileira, professora e jornalista brasileira.
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quinta-feira, 20 de maio de 2010
Estruturas para a Virada Cultural 2010
Despedida

domingo, 16 de maio de 2010
Museu da Língua Portuguesa
Está em cartaz aqui em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa, a Exposição Temporária: Menas. O Certo do Errado. O Errado do Certo. Fui ao Museu na quinta-feira, dia 13/05, uma gostosa tarde de maio, com algumas amigas.
O assunto tratado na exposição é sobre questões que envolvem o preconceito linguístico e nos convida a refletir sobre a língua de todos os falantes de nossa língua materna.
Considero importante o espaço proposto à discussão sobre o assunto que até tão pouco tempo esteve reduzido ao arrogante comentário sobre a morte da língua portuguesa porque o povo não sabe falar, não lê; é inculto. Mesmo que Oswald de Andrade já houvesse há mais de 70 anos escrito um poema demonstrando que o falante comunica-se em sua língua e constroi-se com ela e nela.
Visita imperdível!
EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA
Menas. O Certo do Errado. O Errado do Certo.
Período: de 16/03/2010 a 27/06/2010
Até o dia 27 de junho, quem vier ao Museu da Língua Portuguesa poderá visitar a mostra temporária “Menas: o certo do errado, o errado do certo”. Esta é a sexta exposição a ocupar o espaço das exposições temporárias, e reforça o papel do museu como importante espaço educador e difusor da língua portuguesa.
O próprio título da exposição é uma provocação. Mesmo sabendo que “menos” é um advérbio, portanto, invariável, quantas vezes já não ouvimos a “concordância” com o gênero feminino por pessoas das mais diferentes classes e idades. Para os curadores da exposição, os professores Ataliba T. de Castilho e Eduardo Calbucci, Menas está na fronteira entre tudo o que não vale e o vale-tudo. E essa provocação é a proposta da exposição que ocupa cerca de 450 m2 do Museu da Língua Portuguesa com sete instalações para enumerar nossos “erros” linguísticos mais comuns, entender por que saímos do padrão culto e discutir a amplitude e a criatividade da língua.
*Leia o texto na íntegra no site da exposição.
http://www.poiesis.org.br/mlp/expo/menas/index.html
Praça da Luz, s/nº
Centro - São Paulo - SP
(11) 3326-0775
museu@museudalinguaportuguesa.org.br
VÍCIO DA FALA
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
(Oswald de Andrade)
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Olavo Bilac, poeta brasileiro, em linguagem próxima à de Portugal, escreveu seu amor à língua portuguesa em um soneto. Confira.
Minha Pátria, Minha Língua
Língua portuguesa
(Olavo Bilac)
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
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dbarretoivo — 25 de junho de 2006 — http://www.clipesdemusicas.net No programa do Chacrinha, Elza Soares e Caetano Veloso cantam juntos.
Categoria: Música
Língua
Caetano Veloso
Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala Mangueira! Fala!
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E – xeque-mate – explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
(– Será que ele está no Pão de Açúcar?
– Tá craude brô
– Você e tu
– Lhe amo
– Qué queu te faço, nego?
– Bote ligeiro!
– Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
– Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
– I like to spend some time in Mozambique
– Arigatô, arigatô!)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem.
A qualidade do vídeo deixa muitíssimo a desejar, mas rever o comunicador Chacrinha –"quem não se comunica, se estrumbica! Teresinha!!!"–, Elza Soares – carne morena voz! –, e Caetano juntos? Ainda por tudo cantando a canção Língua?! Que alegria!
Caetano Veloso, músico/poeta contemporâneo, quase um século depois, utiliza o português atual, mostrando que a língua é viva, cheia de matizes, influenciada por diversos povos que formam nossa pátria. Essas influências tornam cada língua única, mesmo que tenham raízes únicas. Com o músico Caetano Veloso as palavras correm soltas, livres...
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domingo, 9 de maio de 2010
Tem luz na cauda da flecha
Eu sou sua flecha pronta pra voar
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Informações sobre o CD Mafaro
03/04/2010 - 09h29
Em novo CD, André Abujamra mistura influências e soa global "sem querer"
MARCOS GRINSPUM FERRAZ colaboração para a Folha de S.Paulo
Tudo em "Mafaro", novo CD de André Abujamra, soa global. Uma mistura de música brasileira com levadas dos Bálcãs, ritmos africanos e latinos, algo de reggae e de rock. Isso sem contar as outras influências mais sutis que permeiam o disco, como, por exemplo, a música indiana. "E não é um Frankenstein. Porque, para mim, tudo isso tem a ver", diz ele.
Mas, segundo Abujamra, 44, soar global não é algo planejado, intenção artística, mas consequência natural de seu universo mental, que, desde criança, foi colhendo influências de pessoas e países com os quais teve contato. É como uma esponja, diz ele, que vai absorvendo música por onde passa.
"Fui viajar para Praga e pirei com aquela música. Voltei e fui direto para o Maranhão, e pirei também. Aí fui tocar na África... Então essas coisas todas entraram no meu corpo. A minha cabeça é misturada mesmo."
E se essa mistura marcou toda a carreira de Abujamra –que desde os anos 1980 tocou em bandas como Os Mulheres Negras e Karnak–, fica mais evidente em "Mafaro", seu terceiro CD solo,(...).
Com raras exceções, como nas calmas "Logun Edé" e "Mafaro", o disco traz, em suas 12 músicas, levadas fortes de sopros e percussões, acompanhadas de bandolim ou acordeão.
Mas se os sons propõem que vivemos em um mundo vasto e diverso, as letras tentam mostrar o tamanho de outro universo. "O mundo de dentro da gente é maior que o de fora da gente", diz verso de "Imaginação". E Abujamra explica: "O que a gente quiser inventar a gente pode".
Há lugar, também, para letras irônicas, como a de "Daunloudaram", que por vezes lembram rimas de Zeca Baleiro. Não à toa, o músico maranhense é um dos participantes do CD, na faixa "Lexotan". Os outros são Evandro Mesquita, Luiz Caldas, Xis e Curumin.
O show de "Mafaro", que teve apresentações (...) no Auditório Ibirapuera, seguiu a ideia do disco, sendo anunciado como "lançamento mundial". "Sim, estou pensando em sair do Brasil, ir até para a China. Não sei bem por quê, mas eu faço mais sucesso fora do que aqui", diz Abujamra.
Subiram ao palco dez músicos (cinco sopros, baixo, bateria, duas guitarras e percussão), e um computador cheio de programações. Além disso, quatro telões mostram filmes produzidos por Abujamra. "Um filme-show. Acabou o filme, acabou o show. Como um cinema mudo com a banda tocando em cima."
Dessa forma, segundo o músico, o espetáculo dura exatos 57 minutos e 24 segundos, sem lugar para bis, já que começo, meio e fim são planejados.
MAFARO
Artista: André Abujamra
Lançamento: Independente
Quanto: R$ 27,20 (em média)
Ler está na moda
Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.
Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.
Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou – o que é muito pior – por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas
Gravado na Real Gabinete Português de Leitura.
No vídeo Caetano Veloso lê "Le Rouge et le Noir" (O Vermelho e o Negro) de Stendhal
"Ici, dit-il avec des yeux brillants de joie, les hommes ne sauraient me faire de mal." Il eut l'idée de se livrer au plaisir d'écrire ses pensées, partout ailleurs si dangereux pour lui. Une pierre carrée lui servait de pupitre. Sa plume volait (...)
"Pourquoi ne passerais-je pas la nuit ici? se dit-il; j'ai du pain, et je suis libre!" (...)
Au son de ce grand mot son âme s'exalta (...) Mais une nuit profonde avait remplacé le jour, et il y avait encore deux lieues à faire pour descendre au hameau habité par Fouqué. Avant de quitter la petite grotte, Julien alluma du feu et brûla avec soin tout ce qu'il avait écrit.'
Fonte: http:// bibliotequices.blogspot.com/20... – cauim, em 2 de julho de 2008
Música: Livros
Palavras-chave: Caetano, Veloso, Livros, Le Rouge et Noir, Vermelho e Negro, Stendhal
Para que a vida de todos seja mais intensa!
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segunda-feira, 3 de maio de 2010
Entre o Livro e a Liberdade

sábado, 1 de maio de 2010
Música na noite de lua amena
Once I thought I saw you in a crowded hazy bar,
Dancing on the light from star to star.
Far across the moonbeam I know that's who you are,
I saw your brown eyes turning once to fire.
You are like a hurricane
There's calm in your eye.
And I'm gettin' blown away
To somewhere safer where the feeling stays.
I want to love you but I get so blown away.
I am just a dreamer, but you are just a dream,
You could have been anyone to me.
Before that moment you touched my lips
That perfect feeling when time just slips
Away between us on our foggy trip.
You are like a hurricane
There's calm in your eye.
And I'm gettin' blown away
To somewhere safer where the feeling stays.
I want to love you but I'm getting blown away.
You are just a dreamer, and I am just a dream.
You could have been anyone to me.
Before that moment you touched my lips
That perfect feeling when time just slips
Away between us on our foggy trip.
You are like a hurricane
There's calm in your eye.
And I'm gettin' blown away
To somewhere safer where the feeling stays.
I want to love you but I'm getting blown away.
Imagem: YouTube
Letra: http://vagalume.uol.com.br/neil-young/like-a-hurricane.html
É sábado à noite, e no céu uma lua amena nos acompanhou durante todo o trajeto e ela amena e grande encheu minha alma de uma calma vontade.
Enquanto tudo isto acontecia, ouvia Neil Young que encheu-me de sentimentos.
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