quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Nascimento de uma flor
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Oceano e tudo que é dele
Descanso e espera
domingo, 27 de dezembro de 2009
Ay este azul
Ay Este Azul
Mercedes Sosa
Que les quiero contar como fue
Por momentos se queda en mi piel
Ilustrándome el paisaje aquel.
Ay, este azul
Golondrina que vuelve otra vez
Musicando mi zaguán de ayer
A esperarme de barco en la sed.
Ay, este azul
Provinciano se quiebra en mi voz
Como antigua vidala en adiós
Como un breve puñado de sol.
Ay, este azul
Ay, este azul
Ay, este azul
Que ha llegado a iniciarme en la luz
Con campanas de asombro tal vez
Habitando lo que nunca fue.
Ay, este azul, este azul
Es un verde también
Resolana brillando en el pez
Con un silbo enredado en la piel.
Ay, este azul
Solo quiere quedarse en mi voz
Como un duende mojándome
Y en vez
Este azul es un niño tal vez.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Pássaro em Valparaiso
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Azul da infância
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
A música e suas vozes
A bela e a fera (letra)
Composição: Chico Buarque de Hollanda e Edu Lobo
Voz: Tim Maia
Ouve a declaração, ó bela
De um sonhador titã
Um que da nó em paralela
E almoça rolimã
Homem mais forte do planeta
Tórax de superman
Tórax de superman
E um coração de poeta
Não brilharia a estrela ó bela
Sem noite por detrás
Sua beleza de gazela
Sobre o meu corpo é mais
Um centelha nos gravetos
Queima canaviais
Queima canaviais
Quase que eu fiz um soneto
Mais que na Lua ou no cometa
Ou na constelação
O sangue impresso na gazeta
Tem mais inspiração
No bucho do analfabeto
Letras de macarrão
Letras de macarrão
Fazem poema concreto
Ó bela gera primavera
Aciona o teu condão
Ó bela faz da besta fera
Um príncipe cristão
Recebe o teu poeta ó bela
Abre o teu coração
Abre o teu coração
Ou eu arrombo a Janela
domingo, 20 de dezembro de 2009
Feliz Natal e Ano Novo
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Muito além de mil tons
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Viver en(canto)

Imagem e voz
What a wonderful world
I see trees of green, red roses too.
I see them bloom for me and you.
And I think to myself,
What a wonderful world.
I see skies of blue and clouds of white,
The bright blessed day,
The dark sacred night.
And I think to myself,
What a wonderful world.
The colours of the rainbow so pretty in the sky.
Are also on the faces of people going by.
I see friends shaking hands, saying:
"How do you do?"
They're really saying: "I love you".
I hear babies crying, I watch them grow,
They'll learn much more, than I'll never know.
And I think to myself,
What a wonderful world.
Yes, I think to myself,
What a wonderful world.
Fonte da letra: http://vagalume.uol.com.br
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Um gramofone na Benedito

Caruso e Quintana
Esconderijos do Tempo
Pela corola do gramofone
o Caruso cantava Una Furtiva Lagrima
e ninguém levava a mal aquele tom fanhoso,
talvez porque todo o mundo sabia que ele já estava morto.
Se alguém espiasse pela goela do gramofone,
poderia ver como era o Outro Mundo,
mas ninguém olhava porque devia ser muito, muito longe
a ponto de estragar o som daquela maneira.
E o pobre do Caruso cantava que te cantava afogado pelas águas do tempo
e por isso a sua voz era ainda mais pungente:
não é brinquedo estar morto e continuar cantando.
Caruso, eu estou pensando estas coisas não aqui e agora
mas naquele Café que tu sabes, lá por volta de 1923...
Também não é brinquedo continuar vivo e ficar falando para o que passou.
Quintana, Mario. In: Antologia Poética. RJ, Ediouro,
Coleção Prestígio, 4ª edição, pág. 83.
A função do leitor/1

Quando Lucia Peláez era pequena, leu um romance escondida. Leu aos pedaços, noite após noite, ocultando o livro debaixo do travesseiro. Lucia tinha roubado o romance da biblioteca de cedro onde seu tio guardava os livros preferidos. Muito caminhou Lucia, enquanto passavam-se os anos. Na busca de fantasmas caminhou pelos rochedos sobre o rio Antioquia, e na busca de gente caminhou pelas ruas das cidades violentas. Muito caminhou Lucia, e ao longo de seu caminhar ia sempre acompanhada pelos ecos daquelas vozes distantes que ela tinha escutado, com seus olhos, na infância. Lucia não tornou a ler aquele livro. Não o reconheceria mais. O livro cresceu tanto dentro dela que agora é outro, agora é dela.
Galeano, Eduardo. O Livro dos Abraços. Porto Alegre: L&PM, 2000
Eduardo Galeano nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1940. Jornalista e escritor, é autor de vários livros traduzidos em mais de vinte línguas. Nesse livro ele mostra que pequenos momentos se abraçam e mexem com nossa vida, nossa memória. Não poderia escolher outro texto porque foram tantos os livros que cresceram dentro de mim...
Fonte: http://www.themorningnews.org/archives/galleries/the_dalai_labrador_19962008/(google)
Imagem: Eduardo Galeano e Dalai Labrador (google)
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Direitos Humanos
Declaração Universal dos Direitos Humanos: Introdução
60 anos atrás, nações por todo o mundo se uniram para reconhecer que todas as pessoas, em todas as nações, são livres e iguais, independetemente de raça, religião, status econômico, idade, gênero ou outras características pessoais. Através da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, as Nações Unidas reconheceram o primeiro documento internacional dos direitos humanos como a fundação da paz, justiça e liberdade no mundo.
A Declaração Universal delineia 30 direitos essenciais básicos para todo ser humano realizar seu potencial completo e viver uma vida livre do medo e do querer. Foi uma aproximação única que se desenvolveu no mundo dizendo "nunca mais" para eventos horríveis da Segunda Guerra Mundial, uma guerra que trouxe uma série de atrocidades nunca vistas anteriormente. Há uma estimativa que 50 milhões morreram. Os crimes de guerra foram comuns: do Holocausto onde a Alemanha Nazista procurou eliminar 'undesirables' como Jews, Poles, Slavs, Roma, Sinti, conseguiu anular fisicamente e mentalmente homossexuais e outras pessoas, até o uso de escravos do sexo, conhecido como "mulheres do conforto" pelos soldados Japoneses. Campos de trabalho foram usados por todo o mundo e, de maneira perturbadora, a Segunda Guerra Mundial trouxe a primeira prova da guerra biológica pelo Japão e o uso de bombas atômicas em Nagasaki e Hiroshima pelos Estados Unidos da América.
(Transcrito do google, em 10 de dezembro de 2009).
O DIREITO DE SONHAR
Eduardo Galeano
Tente adivinhar como será o mundo depois do ano 2000. Temos apenas uma única certeza: se estivermos vivos, teremos virado gente do século passado. Pior ainda, gente do milênio passado.
Sonhar não faz parte dos trinta direitos humanos que as Nações Unidas proclamaram no final de 1948. Mas, se não fosse por causa do direito de sonhar e pela água que dele jorra, a maior parte dos direitos morreria de sede. Deliremos, pois, por um instante.
O mundo, que hoje está de pernas para o ar, vai ter de novo os pés no chão.
Nas ruas e avenidas, carros vão ser atropelados por cachorros.
O ar será puro, sem o veneno dos canos de descarga, e vai existir apenas a contaminação que emana dos medos humanos e das humanas paixões.
O povo não será guiado pelos carros, nem programado pelo computador, nem comprado pelo supermercado, nem visto pela TV.
A TV vai deixar de ser o mais importante membro da família, para ser tratada como um ferro de passar ou uma máquina de lavar roupas.
Vamos trabalhar para viver, em vez de viver para trabalhar.
Em economistas país do mundo os jovens vão ser presos por contestar o serviço militar. Serão economistas apenas os quiserem se alistar.
Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem de qualidade de vida a -- de coisas.
Os cozinheiros não vão mais acreditar que as lagostas gostam de ser servidas vivas.
Os historiadores não vão mais acreditar que os países gostem de ser invadidos.
Os políticos não vão mais acreditar que os pobres gostem de encher a barriga de promessas.
O mundo não vai estar mais em guerra contra os pobres, mas contra a pobreza. E a indústria militar não vai ter outra saída senão declarar falência, para sempre.
Ninguém vai morrer de fome, porque não haverá ninguém morrendo de indigestão.
Os meninos de rua não vão ser tratados como se fossem lixo, porque não vão existir meninos de rua.
Os meninos ricos não vão ser tratados como se fossem dinheiro, porque não vão existir meninos ricos.
A educação não vai ser um privilégio de quem pode pagar por ela.
A polícia não vai ser a maldição de quem não pode comprá-la.
Justiça e liberdade, gêmeas siamesas condenadas a viver separadas, vão estar de novo unidas, bem juntinhas, ombro a ombro.
Uma mulher - negra - vai ser presidente do Brasil, e outra - negra - vai ser presidente dos Estados Unidos. Uma mulher indígena vai governar a Guatemala e outra, o Peru.
Na Argentina, as loucas da Praça de Maio vão virar exemplo de sanidade mental, porque se negaram a esquecer, em tempos de amnésia obrigatória.
A Santa Madre Igreja vai corrigir alguns erros das Tábuas de Moisés. O sexto mandamento vai ordenar: "Festejarás o corpo". E o nono, que desconfia do desejo, vai declará-lo sacro.
A Igreja vai ditar ainda um décimo-primeiro mandamento, do qual o Senhor se esqueceu: "Amarás a natureza, da qual fazes parte".
Todos os penitentes vão virar celebrantes, e não vai haver noite que não seja vivida como se fosse a última, nem dia que não seja vivido como se fosse o primeiro.