segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
Filme de Wim Wenders
PINA - Tanzt, tanzt, sonst sind wir verloren from neueroadmovies on Vimeo.
Pina Bausch por Wim Wenders.Luz na flor
(A que nível, em que altura é preciso meditar sobre o que nos diz Henry Corbin, neste fragmento do livro A Chama de Uma Vela, de Gaston Bachelard?)
“Diante do mundo das flores estamos em estado de imaginação dispersada. (…) Cada flor é uma aurora. Um sonhador de céu deve encontrar em cada flor a cor de um céu.
(…) Para abrir um sábio artigo, 'Simpatia e teopatia dos Fiéis do amor, no Islã', Henry Corbin cita Proclus, invocando 'o heliotrópio e sua prece':
'Que outra razão, pergunta Proclus, pode-se dar ao fato de que o heliotrópio segue com seu movimento da lua, cortejando, na medida do possível, as labaredas do mundo, além de admitir as harmonias causais, as causalidades cruzadas entre os seres da terra e os seres do céu?
'Pois, na verdade, toda coisa ora, segundo a categoria que ocupa na natureza, e canta em louvor ao chefe da série divina à qual pertence, elogio espiritual e elogio racional, físico ou sensível; pois o heliotrópio se move por ser livre em seu movimento e, na volta que faz, se se pudesse surpreender o som do ar tocado por esse movimento, se perceberia que se trata de um hino a seu rei, da maneira que uma planta pode cantá-lo.'
A chama de vida do ser que floresce é uma tensão em direção ao mundo da pura luz.
E todas essas transformações são transformações felizes de lentidão. As labaredas nos jardins do céu, de acordo com as flores nos jardins do homem, são chamas firmes, são chamas lentas. O céu e as flores estão de acordo em aprender meditando a meditação lenta, a meditação que ora.”
Gaston Bachelard, em A chama de Uma Vela, págs. 87 e 88.
Imagem: Leda Lucassábado, 29 de janeiro de 2011
O Jardim das Hespérides: Yma Sumac.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Roda Gigante

Roda Viva
Chico Buarque
Composição: Chico BuarqueComo quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...(4x)
http://letras.ms/Bk
Michael Kenna
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Lixo Extraordinário (2009) - TRAILER OFICIAL
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Onde há porto
Declaração
José Régio
Teorias são brinquedos
Que, por mim, não tomo a sério.
Tomo a sério os meus enredos.
Crer... só sei crer no Mistério.
De doutrinas não me importo!
Sinto-me bem no mar alto.
Só me recolho ao meu porto.
Convidam-me, e sempre eu falto.
De escolas, não sou aluno.
Se comunico, é em verso.
Sou muito diverso,
E uno.
(In "Poesia II - Obra completa ", Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2001)
José Régio - biografia
Página da cidade de Vila do Conde
"José Maria dos Reis Pereira, o futuro José Régio, nasceu em Vila do Conde a 17 de Setembro de 1901 e nesta cidade faleceu a 22 de dezembro de 1969. Filho segundo do casal José Maria Pereira Sobrinho e sua mulher Maria da Conceição Reis, iniciou a Escola Primária, na Meia-Laranja, em 1908, concluindo o ensino primário em 19 de Agosto de 1913, ano em que ingressa no célebre Instituto Secundário, fundado e dirigido pelo padre José Praça, fazendo os exames respectivos no Liceu Rodrigues de Freitas. A 6 de Novembro de 1920 matriculou-se na Universidade de Coimbra, na Faculdade de Letras, instalando-se numa casa da Rua das Flores, nº 37, onde estavam outros conterrâneos, a quem «uma velhota de olhos esbugalhados cobrava o preço da pensão, contando num caderno, um a um, os ovos que lá apontava e que haviam comido «a mais» durante o mês».
"In «José Régio - Biografia Breve», de A. Monteiro dos Santos, Novembro de 1994"
Imagem: Leda Lucas
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