Manto da Apresentação
(...)A obra-prima de Bispo do Rosário é o Manto da Apresentação. “Trata-se da síntese da criação do artista, de uma vida transformada em ilusão. É o símbolo maior da mágica aglutinadora da obra de Arthur Bispo do Rosário”, ressalta a pesquisadora, que, em seu mestrado, na FCL da UNESP/Assis, enfocou a produção do artista plástico Ranchinho.
Ao vesti-lo, o ex-marujo acreditava que seria reconhecido por Deus e carregaria o mundo sobre seus ombros, levando com ele aqueles que considerava “seus”. O manto, para Marta, nasceu na confluência de elementos dos rituais da religiosidade católica, da cultura afro, como o festejo da coroação dos reis do Congo, e da liberdade carnavalesca pagã. “Ele encerra, ao mesmo tempo, o sacrifício, a salvação, a dor, o êxtase, a infâmia e a glória.” Bispo costumava perguntar, a quem desejava ver o seu trabalho: “De que cor é o meu semblante?”. Se a pessoa respondesse “Azul”, as portas do templo se abriam. “Assim, criando as suas próprias lógicas e ordenações de mundo, este homem, nascido no Nordeste do Brasil, numa região onde as culturas indígena, negra e cristã se mesclam, criou um sistema simbólico tão rico quanto a pluralidade cultural presente em sua terra”, afirma Marta. | ||
Oscar D’Ambrosio Imagem: Leda Lucas
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