quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Exposição Matizes Dumont
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Original African Guitar Excellence
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Encontros à tarde
Tecendo a manhã
1
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
2
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(A Educação pela Pedra)
Imagem: Leda Lucas
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Je Vous Salue Sarajevo
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Na Bienal de 2010
MacOistigan | 28 de agosto de 2007
Jean-Luc Godard
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
No interior da Bienal
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Dias felizes
Mon amie la rose, Francoise Hardy
video de francoise hardy
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Fonte: starsgoneout | 25 de fevereiro de 2006@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Karajan - Ultimo Concerto - Wagner Liebestod
Questo concerto è da considerarsi come il canto del cigno di Karajan. Il maestro morì poco meno di un anno dopo... Em 16 de julho de 2007.
olaig100 | 17 de outubro de 2007
Sentimento de gratidão
A LUA GIROU
Milton em belíssima interpretação.
Categoria:
Palavras-chave:
A Lua Girou
Milton Nascimento
Composição: Milton NascimentoA lua girou, girou
Traçou no céu um compasso
A lua girou, girou
Traçou no céu um compasso
Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços
Eu bem queria fazer...
Travesseiro dos meus braços
Só não faz se quiser
Um travesseiro dos meus braços
Só não faz se não quiser...
Sustenta palavra de homem
Que eu mantenho a de mulher
Sustenta a palavra de homem...
Que eu mantenho a de mulher
A lua girou, girou
Traçou no céu um compasso
A lua girou, girou
Traçou no céu um compasso
Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços
Eu bem queria fazer...
http://letras.terra.com.br/milton-nascimento/112695/
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terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Jessye Norman - A Portrait - Isoldes Liebestod (Wagner)
Jessye Norman - A Portrait - Isoldes Liebestod (Wagner)
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Trilha estreita
Carla Caruso: Ah! ser peixe ser ave
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Convite de exposição de Fotografias no Maria Antonia

segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Convite exposição

sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Devaneios do infinito
Do amor à linguagem

Aqui tem-se um homem que, enquanto aguarda o cliente, mergulha no universo da leitura.
Em um ensaio intitulado Sobre os Clássicos, Jorge Luis Borges escreveu:
"Clássico é aquele livro que uma nação ou o largo tempo decidiram ler como se em suas páginas tudo fosse deliberado, fatal, profundo feito o cosmos e sujeito a interpretações sem fim." (Jorge Luis Borges).
E no conto La biblioteca de Babel, que foi publicado pela primeira vez em El jardin del senderos que se bifurcan (1942) e está incluido desde 1944 em Ficciones, a primeira linha do conto é suficientemente explícita:
Para falar do amor à escritura, à leitura, aos livros.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
'The Soul Of A Man'
O outro poema dos dons
Jorge Luis Borges
.
Graças quero dar ao divino
labirinto dos efeitos e das causas
pela diversidade das criaturas
que formam este singular universo,
pela razão, que não cessará de sonhar
com um plano do labirinto,
pelo rosto de Helena e a perseverança de Ulisses,
pelo amor que nos deixa ver os outros
como os vê a divindade,
pelo firme diamante e a água solta,
pela álgebra, palácio de precisos cristais,
pelas místicas moedas de Angel Silésio,
por Schopenhauer
que decifrou talvez o universo,
pelo fulgor do fogo
que nenhum ser humano pode olhar sem um assombro antigo,
pelo acaju, o cedro e o sândalo,
pelo pão e o sal,
pelo mistério da rosa
que prodiga cor e não a vê,
por certas vésperas e dias de 1955,
pelos duros tropeiros que, na planície,
arreiam os animais e a alba,
pela manhã em Montevideu,
pela arte da amizade,
pelo último dia de Sócrates,
pelas palavras que foram ditas num crepúsculo
de uma cruz a outra cruz,
por aquele sonho do Islão que abarcou
mil noites e uma noite,
por aquele outro sonho do inferno,
da torre do fogo que purifica
e das esferas gloriosas,
por Swedenborg,
que conversava com os anjos nas ruas de Londres,
pelos rios secretos e imemoriais
que convergem em mim,
pelo idioma que, há séculos, falei em Nortúmbria,
pela espada e a harpa dos saxões,
pelo mar que é um deserto resplandecente
e uma cifra de coisas que não sabemos
e um epitáfio dos vikings,
pela música verbal da Inglaterra,
pela música verbal da Alemanha,
pelo ouro que reluz nos versos, pelo épico inverno,
pelo nome de um livro que não li: Gesta Dei per Francos,
por Verlaine, inocente como os pássaros,
pelo prisma de cristal e o peso de bronze,
pelas riscas do tigre,
pelas altas torres de S. Francisco e da ilha de Manhattan,
pela manhã no Texas,
por aquele sevilhano que redigiu a “Epístola Moral”
e cujo nome, como ele teria preferido, ignoramos,
por Séneca e Lucano, de Córdova,
que antes do espanhol escreveram
toda a literatura espanhola,
pelo geométrico e bizarro xadrez,
pela tartaruga de Zenão e o mapa de Royce,
pelo odor medicinal dos eucaliptos,
pela linguagem, que pode simular a sabedoria,
pelo esquecimento, que anula ou modifica o passado,
pelo costume,
que nos repete e confirma, como um espelho,
pela manhã, que nos depara a ilusão de um princípio,
pela noite, sua treva e sua astronomia,
pelo valor e a felicidade dos outros,
pela pátria, sentida nos jasmins
ou numa velha espada,
por Whitman e Francisco de Assis, que já escreveram o poema,
pelo facto de que o poema é inesgotável
e se confunde com a soma das criaturas
e jamais chegará ao último verso
e varia segundo os homens,
por Frances Haslam, que pediu perdão a seus filhos
por morrer tão devagar,
pelos minutos que precedem o sonho,
pelo sonho e a morte,
esses dois tesouros ocultos,
pelos íntimos dons que não enumero,
pela música, misteriosa forma do tempo.
Jorge Luis Borges, Nova Antologia Pessoal. Tradução: Rolando Roque da Silva. Difel, 1982, ps. 33 a 35
Dark was the night...
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Estes fios soltos
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Das vantagens de ser bobo
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
A Noite de Meu Bem
A noite de meu bem
Dolores Duran
Composição: Dolores Duran
Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de irmãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah, eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de irmãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah, como este bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda pureza que eu quero lhe dar
Dolores Duran
(1930-1959)
A uma mulher
http://pt.wikipedia.org/wiki/Murilo_Mendes
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Blowing in the wind
Blowin' In The Wind - na doce voz de Joan Baez acompanhada de um primitivo violão...
Blowin' In The Wind
Soprando No Vento
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Stand by me
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Um modo de ver
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Das imagens
25.
Wall In Paris, Texas
(Wim Wenders – A propósito de uma fotografia de parede)
If I had had a hammer,
I would have tried
to chip off more from that stucco
and uncover the entire precious fresco
underneath.
But I only had a camera.
Tradução: www.tradukka.com
Se eu tivesse um martelo,
Eu teria tentado
quebrar o estuque
e descobrir o afresco precioso
embaixo.
Mas eu só tinha uma câmera.
"(...) Mas voltemos a devaneios mais curtos, solicitados pelo detalhe das coisas, por traços reais à primeira vista insignificantes. Quantas vezes não se tem mencionado que Leonardo da Vinci aconselhava os pintores com falta de inspiração diante da natureza a contemplarem com olhos sonhadores as fissuras de uma velha parede? Não haverá um plano de universo nas linhas que o tempo desenha na velha murada? Quem já não viu, em algumas linhas que aparecem num teto, o mapa do novo continente? O poeta sabe tudo isso. Mas, para expressar à sua maneira o que são esses universos criados pelo acaso nos confins de um desenho e de um devaneio, ele vai habitá-los. Encontra um canto onde permanecer nesse mundo do teto fendido."
Gaston Bachelard. Em Capítulo VI – Os Cantos – V– p. 152. No livro A Poética do Espaço. Tradução: Antonio de Pádua Danesi. São Paulo, Martins Fontes, 2003.
Imagem: Wim Wenders
Texto 1: Wim Wenders
Texto 2: Gaston Bachelard.