quarta-feira, 18 de março de 2009

Processo de escrita do poema Ode ao livro

Faço parte de uma oficina de escrita há já quase três anos. Um dia, saí de nosso encontro semanal com a tarefa de escrever uma ode ao objeto livro. Isto porque, a partir da leitura de um texto de Rubem Alves em que ele nos convidava a ver diferente, citou a Ode à cebola de Pablo Neruda. Pesquisei o google, e cheguei ao livro (esgotado) em português no site www.estantevirtual.com onde encontrei dois exemplares, em uma edição da Publicações Dom Quixote de 1977. Um, no estado do Rio de Janeiro e o outro aqui no estado de São Paulo, em Cachoeira Paulista. Encomendei rapidinho pela internet o de Cachoeira Paulista; e menos que bairrismo, foi mesmo o nome da cidade que motivou minha escolha. Foi uma alegria imensa quando o pacote embrulhado em papel kraft e endereço escrito com pincel azul chegou em minha casa.
Mas, enquanto o livro não chegava, pensei em solicitar às pessoas com quem me relaciono que me respondessem qual era a sua definição do objeto livro em uma palavra, enfatizando a expressão uma.
E as pessoas foram divididas em quatro grupos: as pessoas de minha família: meu pai (84 anos bem vividos, até minha sobrinha-neta de quatro anos) com perguntas e respostas orais que anotei em minha caderneta de capa verde musgo com bolinhas verde escuro; alunos (do EJA, do colégio Santa Cruz - fases 7, 8 e 9, quase cem e idade variando de 70 a 20 anos mais ou menos), com perguntas orais e respostas escritas em uma fina tira de papel reaproveitado da gráfica do colégio; grupo de professores com quem trabalho, via internet; e, finalmente, pessoas amigas mais próximas, também via internet.
Muito prontamente grande parte das pessoas a quem consultei, enviaram-me, de um dia para outro, as respostas que fui anotando tão logo chegavam, marcando quantas vezes cada uma das palavras foram citadas...
E a Ode ao livro foi escrita com todas as palavras recebidas. E no poema acrescentei uma ou outra palavra, quase nada.
Agradeci verbalmente ou por escrito a todas e todos e o poema que não posso considerar meu enviei-o com a frase:
"Leia o poema que escrevi com a sua palavra!" - e, novamente, as pessoas responderam-me muito agradecidas.
Neste momento, estou preparando o texto para ler com os alunos e espero que se sintam tão felizes quanto eu.

Leda Maria Lucas