sábado, 8 de janeiro de 2011

Beijo e bálsamo

No meio do meio da vida inicia-se a cata de permanências.
A primeira, o bálsamo, era uma folha só apanhada do chão na passagem de muita gente em seu quotidiano ir e vir. Mora comigo há muito tempo em vasos na janela para ter mais Sol.
Esta já filha de tragédia, pois era já copa de uma enorme minúscula árvore pousada num vasinho à janela da área de serviço de minhas duas últimas moradas. Um dia, já de tarde, uma ventania a derrubou cortando-lhe o tronco ao meio.
Plantei a copa num outro pote; e a original está em sua labuta de cuidado de seu antigo e novo tronco.
A planta no vaso à vista toda, catei-a já murcha, também em passagens das muitas gentes. A trouxe comigo, coloquei-a em um vaso de vidro com água. Criou raízes, nasceram mais folhas, deu flores.
Agora está em vaso convivendo com o brotar de duas sementes de planta cujo nome não sei.
Estou esperando flores laranja e sementes a procurar terra com o vento.

Imagem: Leda Lucas
Texto: Leda Lucas
Posted by Picasa
@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@