sexta-feira, 30 de julho de 2010

Imagens Eletivas


Philippines - Democracy is...

accessible and quality education for all. It is education as a right.


No reflexo da poça d'água, como num quadro de Escher, a imagem de um pássaro.
Um menino carrega
asas na mão.

Imagem publicada no site do Democracy Photo Challenge.

http://www.democracyphotochallenge.america.gov/photo.html

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Me nina, mar!

VIII

“Para dar um exemplo concreto de uma psicologia do universo, seguiremos um relato em que o cenário de um lago de montanha cria de certa forma a sua personagem, em que a água profunda e forte, provocada pelo nado, transforma um ser humano em criatura da água – transforma uma mulher em Melusina. Nosso comentário terá por centro um livro de Jacques Audiberti, Carnage.

Só ocasionalmente Audiberti nos oferece imagens de reflexo. Seu devaneio é atraído pela água como se sua imaginação tivesse poderes de hidromancia, seduções de hidrofilia. O sonhador sonha viver na espessura da água. Viverá das imagens do tato. A imaginação nos dará, não mais um além das imagens contempladas, mas um além das alegrias musculares, um além dos poderes do nado. Ao ler as páginas que Jacques Audiberti escreveu num capítulo que traz o título de 'Le lac' (O lago), poderíamos acreditar de início que elas traduzem experiências positivas. Mas cada sensação anotada é ampliada numa imagem. Entramos na região de uma poética do sensível. E, se existe experiência, é de uma verdadeira experiência da imaginação que se deveria falar. A realidade nua amorteceria essa experiência de uma poética do sensível. Portanto, não é preciso ler tais proezas na vida da água referindo-se às nossas experiências, às nossas lembranças; deve-se lê-las imaginativamente, participando da poética das tonalidades musculares. Notaremos de passagem que esses ornamentos psicológicos é que infundem vida estética às meras percepções. Apresentemos primeiro a heroína do mundo das águas.

Audiberti sonha diretamente as forças da natureza. Não tem necessidade de lendas e contos para criar uma Melusina. Enquanto vive em terra, sua Melusina é uma filha da aldeia. Fala e vive como as pessoas da aldeia. Mas o lago a torna só, e tão logo ela se vê sozinha ao pé do lago este se converte num universo. A filha da aldeia entra na água verde, numa água moralmente verde, irmã da substância íntima de Melusina. E ei-la que mergulha: uma espuma se ergue de um abismo, esbranquiçando com mil flores de pilriteiro a intimidade do mundo líquido. A nadadora está agora debaixo das águas: 'Nada mais, doravante, existia – apenas um êxtase de rumor mais azul que tudo no mundo...'

'Um êxtase de rumor mais azul que tudo no mundo': a que registro sensível pertence esta imagem? O psicólogo que decida a respeito. Mas o sonhador de palavras está encantado, pois o devaneio das águas é aqui um devaneio falado. A poética da palavra falada constitui a poética dominante. É necessário dizer e redizer para ouvir tudo o que o poeta diz. Para o ouvido que quer ouvir a voz das águas do mar, que concha não é a palavra rumor!

O escritor continua...

Acabei de ler um maravilhoso livro de Gaston Bachelard. No capítulo VIII – o final – o autor comenta sobre um conto de Jacques Audiberti cuja história tem imagens lindas. Ao lê-lo e relê-lo tive a ideia de fazer a digitação de fragmentos do conto de Jacques Audiberti, que é simplesmente encantador e fazedor de amar demais as palavras, de querê-las próximo do coração. Esta história está contada no capítulo VIII, o último do livro A Poética do Devaneio.

Aguarde a continuação da história.

Imagem: Leda Lucas

Texto: Gaston Bachelard. In: A Poética do Devaneio. Tradução: Antonio de Pádua Danesi. São Paulo, Martins Fontes, 2006, ps. 194 e 195.

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domingo, 11 de julho de 2010

Companheiros de Devaneio

Na casa fechada
ele fixa um objeto no entardecer
e joga o jogo de existir
(Jean Follain, Territoires, p. 70 – Citado por Gaston Bachelard)

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A menor fenda
de uma vidraça ou de um vaso
pode trazer a ventura de uma grande lembrança
os objetos nus
mostram sua fina aresta
cintilam de repente
ao sol
mas perdidos na noite
se fartam assim muitas horas
longas
ou breves
(Id., ibid., p.15)

Imagem: Leda Lucas
Poemas: Jean Follain

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Céu azul e andorinhas


Num céu azul e nuvem diante da janela de meu quarto acompanho com alegria o voo de algumas andorinhas.
Saudades da infância!
Saudades do terreiro da casa de minha avó!
Saudades dos pingos de chuva despencando do beiral de casa!
...
Com que atenção escolhia o mais bonito pingo da chuva!
Nos memoráveis dias de infância.
Porém, hoje, pergunto:
– Não eram todos divinos?
– Aprendi a ver?

Imagem: Leda Lucas
Texto: Leda Lucas

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terça-feira, 6 de julho de 2010

Cenas memoráveis do cinema

"É apenas com o coração que se pode ver
direito; o essencial é invisível aos olhos".
(Saint-Exupéry)

Categoria:

Filmes e desenhos

Palavras-chave: perfume de mulher

Fonte: privequi, 29 de março de 2007

Segundo comentário de jcproenca e postado há onze meses: O verdadeiro tango é dançado com essa entrega e esse tom de que a mulher não sabe o próximo passo, assim sendo, ela tem de ser conduzida pelo homem. Muito boa a atuação da atriz, passou essa impressão de não saber dançar tango.
Realmente é isso que deixa a dança tão linda como é. Fiquei muito feliz quando vi a cena pela primeira vez e impressionado, pois se preocupam tanto com a técnica que fica algo mecânico! CENA SIMPLESMENTE LINDA!!!

Amei este vídeo.

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sábado, 3 de julho de 2010

Pedra no caminho

Plantada no vão do Masp, testemunha diariamente idas e vindas das pessoas da Metrópole ou nem. Desde a primeira vez que a vi, pergunto-me sobre o gênio que a deslocou até aqui e depositou-a à beira de nosso caminho como a nos fazer viver o poema de Carlos Drummond que rompendo a tradição literária em nosso país escreve:
TINHA UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO

Bom seria que nós, os passantes diários e eventuais, estivéssemos acordados aos acontecimentos todos que nos rodeiam.
Você, é sempre, para mim, uma incrível pergunta. É personificação de enigma.
Eu não tenho respostas.

Imagem: Leda Lucas
Texto: Leda Lucas

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Mas o que é um menir?

Para marcar as estações, realizar cerimônias religiosas, demarcar território – e, no caso do personagem Obelix, como arma contra os romanos. Menir é uma pedra geralmente alongada, natural ou cortada e esculpida, entre 50 centímetros e 11 metros de altura. Povos celtas, por exemplo, montavam estruturas de menires em forma de fileiras, círculos ou corredores, ao redor das quais ocorriam homenagens, eventos fúnebres e até sacrifícios humanos. Para eles, as pedras eram símbolo de eternidade. “Mas a principal função era marcar as estações do ano e das colheitas”, diz o historiador paranaense Johnni Langer. Para isso, as pedras eram construídas alinhadas ao sol. Há menires em quase todo mundo. As construções mais famosas são Stonehenge, na Inglaterra, e Carnac, na França. O Brasil também tem menires indígenas. O maior fica em Monte Alto, na Bahia, com quase 400 blocos.
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