quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Visita inesperada


Não aguardava naquela noite nenhuma visita. Arrumei-me com os meus e via o tempo passando pela sala de estar de casa. Uma noite quente destas do último verão; janelas amplamente abertas. Brisa muito leve a não vencer a luz de néon da TV - quase sempre ligada para o apetite destes tempos de Discovery ou jogo de futebol.
Não entram na programação da casa os episódios de BBB (inutilidade sem nenhuma poesia, viu Manoel de Barros?!) ou algum outro medíocre programa.
Lua e Clara iam e vinham felinamente; esparramavam-se nas passagens a fim de um ventinho que fosse, nos vãos... A misteriosa planta enroscando-se em troncos alheios com muitos volteios e já no teto.
Eu, com pouca luz e barulho, na sala com os meus! Não via nada na senhora da casa, há muito tão dona do horário nobre da noite.
E foi, então, que procurando alguma saída para o momento, notei que não éramos apenas três na casa e mais dois felinos. Havia um visitante, que se instalara a um canto e deixou-me inteira na noite que tinha, por certo, perdida.

Imagem: Leda Lucas
Crônica: Leda Lucas
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