sábado, 5 de dezembro de 2009

Dália


Buscava, atenta, na imensa cidade de São Paulo, fotografar flores de minha infância para o aniversário de minha irmã. E, num domingo, meio chuvoso, as fui encontrando no caminho da casa de meu pai.
Esta dália foi uma delas, já quando voltava.
Na minha infância, lá em Minas Gerais, dálias de várias cores encimavam cerca de hortas com pés de couve, ramas de chuchu, jiló, pimenta malagueta, cebolinha verde, taioba e, na época certa, quiabo...
Sempre, ao redor dos canteiros, um fiozinho de água, roubada de algum 'reguinho', escorria na terra vermelha.
Próximo ao laguinho, que parecia de brincadeira, uma cuia ou panela velha de alumínio fazia as vezes de espalhador de água que, em leque, ia caindo prateada sobre as plantas.
Passarinhos passarinhavam, muitos.

Imagem: Leda
Texto: Leda
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Verde ver-te


Era assim verde e,
luminosa, confundia-se com folhas
derrubadas pelo vento forte
equilibrando-se na penumbra
entre parede e vão da escada
com asas fechadas, tímida.

Não confiei no que vi
e - surpresa - era
uma borboleta verde.
Segurei-a por alguns instantes
entre minhas mãos espalmadas
e, depois, abri-as
lentamente
alçaste um voo indeciso.

Volteou subindo
subindo
subindo
e se escondeu
entre folhas verde verde
da bauínia rosa.

Imagem: Antonio Rezende olhares.com
Texto: Leda

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