quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um dia de cão

Ontem completaram-se 27 anos de convivência com o meu querido companheiro de todas as minhas horas: Zé Carlos. Hoje, foi dia de seu aniversário.
Mas, também, foi um dia de cão. Daqueles que apertam fundo o coração da gente e, por mais que a gente queira não afasta, não apaga.
Houve conversas firmes entre irmãs saudosas, impertinentes, amorosas, por meio eletrônico. E doeu – ainda está doendo – muito.
Mas vencemos a efeméride como cão amoroso enxotado, que abaixa a cabeça e a gente tem certeza que ele depois vai voltar. E quando ele retorna, mesmo que a gente finja não compreender, ele chega mais manso e olhando meio para chão de onde tiramos tanta coragem.
E cheira o chão, roda a volta de si e deita.
Queria mudar a expressão 'dia de cão', significando somente as durezas que a gente tem de enfrentar, por uma outra que me alegre um pouquinho. Porque sei que na alma deste bicho tem amor.

Imagem: Victor Lucas (fotografia feita na porta da casa de Pablo Neruda, em Santiago – La Chascona).
Texto desabafo: Leda Lucas

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