quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Lendo o mundo:



Leitura do conto Uma conversa, de Rilke durante a longa – e rápida – viagem de ônibus, metrô (diferentes linhas) e microônibus ao Parque do Carmo, em São Paulo a fim de observar o Bosque das Cerejeiras.

"...Pois arte é infância. Arte significa não saber que o mundo já existe, para criar um. Não destruir o que se encontra, mas simplesmente não achar nada pronto. Puras possibilidades. Puros desejos. E de repente ser plenitude, ser verão, ter sol. Sem que se fale sobre isso, involuntariamente. Jamais concluir. Jamais ter o sétimo dia. Jamais ver que tudo é bom. Insatisfação é juventude. Deus era muito velho no início, creio. Senão não teria parado na noite do sexto dia. Nem do milésimo. Nem hoje. É o que tenho contra Ele. Ter podido esgotar-se. Ter achado que seu livro estaria terminado com o Homem e então encostado a pena, esperando para saber quantas edições terá. É tão triste que não tenha sido um artista. Deveríamos chorar por isso e perder a coragem para tudo..."

Rilke, Rainer Maria. A melodia das coisas: contos, ensaios, cartas ; organização e tradução Claudia Cavalcanti, São Paulo, Estação Liberdade, 2011, págs. 79 e 80.

Imagem: Leda Lucas
Texto: Rainer Maria Rilke

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Luz para a noite




Desce mansinha
sonho acordada
noite serena

Haikai: Leda Lucas
Imagem: Leda Lucas

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Finda o dia



Neste céu azul
nuvens claras escuras
noite com chuva

Haikai: Leda Lucas
Imagem: Leda Lucas

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