quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A Noite de Meu Bem



A noite de meu bem
Dolores Duran
Composição: Dolores Duran

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero paz de criança dormindo
E abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de irmãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ah, eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de irmãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ah, como este bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda pureza que eu quero lhe dar

Dolores Duran
(1930-1959)

A uma mulher


"A uma mulher

Não tendo podido te criar
Nem tendo sido criado por ti
Eu me vingo do destino enxertando-me no teu ser.
Jamais conseguirás te libertar de mim
Porque eu te sitiei com a chama do amor,
Porque rondei durante dias e noites o Coração de Deus
A fim de extrair dele o segredo da ternura.
Todos os que te olham pensam logo em mim,
Todos os que me olham pensam logo em ti.
Eu sou tua cicatriz que nunca se há de fechar.
Eu te perseguirei até depois de minha morte
E virei a ti no murmúrio dos ventos, no lamento das ondas,
Na angústia e na alegria dos poetas meus sucessores,
Nas almas grandes limitadas ao físico.
Sentado nas nuvens eternas eu te esperarei
E me nutrirei através dos tempos da nostalgia de ti."

Murilo Mendes
(1901-1975)

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Blowing in the wind


Blowin' In The Wind - na doce voz de Joan Baez acompanhada de um primitivo violão...

Composição: Bob Dylan

Blowin' In The Wind

How many roads must a man walk down,
Before you call him a man?
How many seas must a white dove sail,
Before she sleeps in the sand?
Yes and how many times must cannonballs fly,
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

Yes and how many years can a mountain exist,
Before it's washed to the seas (sea)
Yes and how many years can some people exist,
Before they're allowed to be free?
Yes and how many times can a man turn his head,
Pretend that he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.

Yes and how many times must a man look up,
Before he can see the sky?
Yes and how many ears must one man have,
Before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

Soprando No Vento

Quantas estradas precisará um homem andar
Antes que possam chamá-lo de um homem?
Quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar,
Antes que ela possa dormir na areia?
Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar,
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Sim e quantos anos pode existir uma montanha
Antes que ela seja lavada pelo mar?
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir,
Até que sejam permitidas a serem livres?
Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça,
E fingir que ele simplesmente não vê?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Sim e quantas vezes precisará um homem olhar para cima
Antes que ele possa ver o céu?
Sim e quantas orelhas precisará ter um homem,
Antes que ele possa ouvir as pessoas chorar?
Sim e quantas mortes ele causará até ele saber
Que muitas pessoas morreram?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento...

Fonte: http://letras.terra.com.br/bob-dylan/11904/

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Stand by me

Stand by me


Quando você chegar por aqui, clique com o mouse sobre o endereço abaixo e emocione-se com uma linda canção cantada e tocada por diversos artistas de várias partes do nosso planeta Terra.
Ideia genial que ainda não sei de quem foi.
Experimente.

http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=2539741

Vídeo indicado por meu querido amigo Kappa.

Com carinho.

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Um modo de ver


ELOGIO AO SILÊNCIO nº 8.

No mundo de urgências em que vivemos
O homem vaga entre a desordem das lembranças e as urgências da vida.

E a arte é uma forma de resistência a essa aceleração.
Uma espécie de pausa, de acostamento que fazemos
Nos caminhos, nas estradas,
Para ver a paisagem que, de outra maneira, passaria incessantemente.

A cultura tem sofrido esgarçamento.
O que está ameaçado?
O que foi suprimido do homem?
O que foi roubado de sua identidade?

Sergio Fingerman. Elogio ao Silêncio e Alguns Escritos Sobre Pintura. [Fotografias de Sergio Guerini, Juan Esteves]. – São Paulo, BEI ("Um pouco mais", em tupi.) Comunicação, 2007, p. 27.

Imagem: Leda Lucas
Poema: Sergio Fingerman

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Das imagens

25.

Wall In Paris, Texas

(Wim Wenders – A propósito de uma fotografia de parede)


If I had had a hammer,
I would have tried
to chip off more from that stucco
and uncover the entire precious fresco
underneath.
But I only had a camera.


Tradução: www.tradukka.com


Se eu tivesse um martelo,

Eu teria tentado

quebrar o estuque

e descobrir o afresco precioso

embaixo.

Mas eu só tinha uma câmera.


"(...) Mas voltemos a devaneios mais curtos, solicitados pelo detalhe das coisas, por traços reais à primeira vista insignificantes. Quantas vezes não se tem mencionado que Leonardo da Vinci aconselhava os pintores com falta de inspiração diante da natureza a contemplarem com olhos sonhadores as fissuras de uma velha parede? Não haverá um plano de universo nas linhas que o tempo desenha na velha murada? Quem já não viu, em algumas linhas que aparecem num teto, o mapa do novo continente? O poeta sabe tudo isso. Mas, para expressar à sua maneira o que são esses universos criados pelo acaso nos confins de um desenho e de um devaneio, ele vai habitá-los. Encontra um canto onde permanecer nesse mundo do teto fendido."

Gaston Bachelard. Em Capítulo VI – Os Cantos – V– p. 152. No livro A Poética do Espaço. Tradução: Antonio de Pádua Danesi. São Paulo, Martins Fontes, 2003.

Imagem: Wim Wenders

Texto 1: Wim Wenders

Texto 2: Gaston Bachelard.

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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ausência


Chega um dia
e um silêncio longo
desaba

Há inúmeros rumores
e o humor amargo
nas bordas da língua
mínguam esperanças

Não se sabe o rumo

As flores insistentes
pendem dos batentes
e guardam sementes

Imagem: Leda Lucas
Poema: Leda Lucas

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um dia de cão

Ontem completaram-se 27 anos de convivência com o meu querido companheiro de todas as minhas horas: Zé Carlos. Hoje, foi dia de seu aniversário.
Mas, também, foi um dia de cão. Daqueles que apertam fundo o coração da gente e, por mais que a gente queira não afasta, não apaga.
Houve conversas firmes entre irmãs saudosas, impertinentes, amorosas, por meio eletrônico. E doeu – ainda está doendo – muito.
Mas vencemos a efeméride como cão amoroso enxotado, que abaixa a cabeça e a gente tem certeza que ele depois vai voltar. E quando ele retorna, mesmo que a gente finja não compreender, ele chega mais manso e olhando meio para chão de onde tiramos tanta coragem.
E cheira o chão, roda a volta de si e deita.
Queria mudar a expressão 'dia de cão', significando somente as durezas que a gente tem de enfrentar, por uma outra que me alegre um pouquinho. Porque sei que na alma deste bicho tem amor.

Imagem: Victor Lucas (fotografia feita na porta da casa de Pablo Neruda, em Santiago – La Chascona).
Texto desabafo: Leda Lucas

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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Birds on the Wires de Jarbas Agnelli



Postei este vídeo porque eu mesma havia visto e recortado a foto que foi publicada na página 2 do caderno Metrópole do jornal O Estado de São Paulo e, também, porque eu sem nada saber de partituras e tempo de uma composição musical havia pensado em melodias quando vi a foto.
Adorei ver o resultado feito por Jarbas Agnelli.

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sábado, 2 de outubro de 2010

Birds & Wires



Postado por blackjackdavid | 29 de agosto de 2006
A mass migration of birds above a demolition zone (now the harrisonburg crossing shopping center) in harrisonburg va. If you're impatient, skip to the best part; after 5:30. Set to some superb field-recorded flute music from Sulawesi, Indonesia.

Para facilitar a compreensão, aí vai uma tradução simultânea do inglês para o português do www.tradukka.com:
(A migração em massa de aves acima de uma zona de demolição (agora a passagem arrisonburg centro comercial), em Arrisonburg, Virgínia. Se você ficar impaciente, pule para a melhor parte, depois de 5:30 minutos da melodia. Ouça um pouco da música gravada em campo na soberba flauta de Sulawesi, na Indonésia.)

Categoria:
Animais

Palavras-chave:
birds bird wire nick barbery harrisonburg VA virginia nature music indonesia indonesian tempa sorong sulawesi flutes sky

O encontro da canção num momento em que comemorava ainda o Jabuti de Carla Caruso com o livro Almanaque dos Sentidos, e de outros; e iniciava uma pesquisa no Google para decidir sobre o segundo candidato a Senador nas eleições de amanhã.
Encontros!

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Céu da cidade

Hora do Ângelus (Adélia Prado)

A poesia é pura compaixão.
Até grávida posso ficar,
se lhe aprouver um filho apelidado Francisco.
Tem mesmo alguma coisa no mundo
que obriga o mundo a esperar.
O carroceiro pragueja: ô deus,
a minha lida é mais dura
que a lida de um retireiro'.
Sem paciência, a beleza turva-se,
esta que sobre as tardes se inclina
e faz defensáveis
areias, ervas, insetos,
este homem que jamais disse a palavra crepúsculo.

In: Adélia Prado Poesia reunida. São Paulo, Siciliano, p. 165

Imagem: Leda Lucas
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